POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
Letras soltas em busca de um abrigo,
formando palavras, pensamentos
ousando um sentido…
não são promessas, tão-pouco memórias,
apenas histórias e pouco mais…
Quem nos defende da fúria das palavras?
Ora nos mimam e engrandecem,
ora nos atacam e nos privam de um sentido,
ora nos desprezam e nos faltam
com a imponência de quem sabe
que nem a sua ausência põe
em questão a sua importância…
Sussurradas, gritadas, soletradas ou declamadas
quem nos defende da fúria das palavras?
Quem em sua plena sanidade
jura encontrar-lhes um sentido
que gere um só entendimento,
que expresse um inquestionável pensamento
que a luz da discórdia não turve,
e a razão não negue quando tudo o resto partir?
Subjugadas a um qualquer raciocínio,
desconexas, abandonadas ao seu próprio destino
desdobradas, abreviadas, anacrónicas
quando descrevem o que ousamos esquecer,
inconvenientes quando vêm sem avisar,
mágicas se nos fazem sonhar,
sagradas se quisermos acreditar,
mas sempre levianas se descrevem sentimentos,
marionetas desobedientes do pensamento,
levando a lógica ao seu fatal destino,
prendam-nas, soltem-nas, dêem-lhe asas,
ou simplesmente ensinem-lhes o caminho
Quem nos defende da fúria das palavras?
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
Desilusões nos becos das emoções,
São dores manifestas,
Entre tantos sonhos e coisas incertas,
Na ausência descomunal das realizações.
Desilusões são sons sem canções,
De melodias perdidas no tempo,
Do nosso pensamento,
Dolorosas sensações.
Desilusões são vidas desprezadas em vão,
São relatos de grandes amores,
Não vividos, vencidos e tornados temores,
De homens sofridos, purgados e sãos.
Desilusões são martírios do coração,
Colhidos no mundo nas estradas da vida,
Pelas almas que a vida não concede perdão,
A vagar no caminho com tantas feridas.
POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE
Restos de mim estão por aí,
Espalhados, estilhaçados nos caminhos onde passei,
De tudo o que fomos, tornei-me um ser calado,
De olhar distante, com o coração parado,
Eu não poderia esperar tanta coisa desse amor,
Mas eu entreguei-me e hoje eu nem sei quem sou,
Agora ando perdido por aí,
Sobrevivendo de lembranças tuas,
Sem ao menos ter para onde ir,
Pois onde eu vou, estou à tua procura,
A solidão segue-me atenta,
A cada passo, ela me atormenta,
Quando eu estou calado,
Quando me pendo a um passado,
Restos de mim levados ao vento,
De tudo o que fomos, de todo o meu sentimento,
Pouca coisa me restou,
Apenas um homem calado,
Um homem perdido num passado,
Um ser entregue às dores de um amor.
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